TEXTOS
E HIPERTEXTOS:
Pensamentos
flutuantes
Cláudia Helena
dos Santos Araújo (IFG)[1]
É interessante observar
as mudanças que a informática e a internet proporcionaram na sociedade e nas
distintas áreas do conhecimento.
Uma delas é a questão
da linguagem, questionando: “o
que mundo na representação da linguagem com tantos avanços tecnológicos”?
(COSCARELLI, 2002, p. 65).
Podemos mencionar distintas
linguagens como chat, hipertexto, multimídia, hipermídia,
banners publicitários, literatura digital (COSCARELLI, 2002).
Mas o que é um texto?
Os textos surgem codificados
(elaborados) em distintas linguagens, podendo ser classificados de acordo com o
gênero textual. É preciso observar as artes, a música, o pensamento sequenciado
de forma linear (ou não) em ideias, sejam tradicionais ou transcritos em linguagens
coloquiais.
Texto são
ideias que remetem a sentido e significado.
Hipertexto possibilita
a inclusão de imagens gráficas, figurativas, ícones por meio da inserção de
links (hiperlinks), ou seja, com animações, sons, vídeos, entre outros.
A prática de uso dos
hipertextos em atividades educativas pode representar algo distinto para o
processo de ensino e aprendizagem, convidando a ter maior interação e ampliando
as possibilidades das relações de mediação. Mas é necessário prever seu uso no
planejamento educacional, tendo em vista a apresentação e uso de uma linguagem
interativa.
Podemos estar
apresentando os elementos da tabela periódica
e alcançar algo que convide os estudantes a interagir com a mesma por meio de
imagens e atividades.
Mas, vamos entender o
que é um hipertexto?
Não se trata de uma imensa superposição
de textos, que se pode ler na direção do paradigma, como alternativas virtuais
da mesma escritura, ou na direção do sintagma, como textos que correm
paralelamente ou que se tangenciam em determinados pontos, permitindo optar
entre prosseguir na mesma linha ou enredar por um caminho novo (MACHADO apud
COSCARELLI, 2020, p.67).
Os hipertextos
apresentam intencionalidade comunidade, destinam-se à algum público específico.
É preciso estar atento ao aspecto comunicacional. Os textos nos aparecem em
novas interfaces de uma cultura digital, gera distintos tipos de leitores, mas
sem perder a relação entre autor e leitor.
Novos
textos
Um desses novos textos
trata-se do chat – diálogo on-line, que traz uma linguagem informal e com
características singulares. Temos o chat do WhatsApp, do direct das redes sociais, entre outros.
Outrora, temos
linguagens muito específicas que chamam de internetês.
É interessante que podemos
também utilizar sons como hiperlinks em textos. Imagine que será trabalhado o
conteúdo “Água no ponto de vista químico”. Agora, convide o estudante a ouvir
sobre o conteúdo, clicando aqui.
Pode também tentar trabalhar sobre atividade
experimental sobre volume molar dos gases. Tudo isso compõe o trabalho
docente: planejamento da aula a partir dos objetivos, conteúdos e métodos de
ensino. Para ser bem-sucedido é necessário observar os elementos centrais:
mediação e interação. Como docente de uma disciplina de Química, você pode
realizar várias atividades dinâmicas e interativas, a saber:
·
Ter
um grupo em um aplicativo de mensagem
·
Criar um blog (linguagens...)
·
Visitar museus, como o Museu da Ciência
·
Trabalhar com a linguagem imagem e
fotografia
·
Observar experimentos
científicos.
·
Entre outros.
Mas, retornando ao
internetês, observa-se um registro informal como algo muito utilizado para
abreviar e agilizar conversas “vc (você), cd (cadê), blz (beleza), tc
(teclar...)” (COSCARELLI, 2002, p. 62). O objetivo é uma fala espontânea,
natural e rápida. Agora, observa-se o uso frequente de emoji e figurinhas
dinâmicas.
Outro espaço que percebemos
uma linguagem mais informal são os e-mails. Mas é preciso estar atento às
normas padrão do espaço de envio (a quem se destina).
Veja ainda que temos o
uso de símbolos que denotam algum significado (p.70).
No que se refere à
multimídia, observa-se que uma de suas características é a variedade de mídias,
podendo ter imagens e sons. Temos e-books que podem ser interativos ou não, mas
quando estão no formato de hipertexto contribui para o manuseio do leitor.
Vamos retornando ao
leitor, veja sobre tipos
de leitores: leitor contemplativo, meditativo; leitor movente, fragmentado
e leitor imersivo, virtual.
Dito isso, ressalta-se
que a forma de comunicação se alterou na contemporaneidade. Temos as
possibilidades de deletar, apagar, recortar, copiar, colar, inserir links,
utilizar comandos específicos informáticos (control z), entre outros. Outrora,
isso torna cada vez mais relevante a necessidade de uma escrita científica com
rigor teórico-metodológico.
Os mapas mentais e
conceituais são formatos gráficos de escrita bem como organogramas, desenhos,
entre outros como explica Pierre Lévy em As Tecnologias da Inteligência e
Cibercultura.
Vamos pensar juntos: O
texto escrito – impresso, pode ser um hipertexto? Pensando nas notas de rodapé,
SIM (veja na página 73 do texto).
Também temos a possibilidade
de um texto colaborativo. São os wiki. Na plataforma Moodle temos o recurso
wiki (veja a dica sobre
como inserir o recurso wiki no moodle). Temos a wikipedia
também.
Uma boa alternativa
também os blogs, redes sociais. Veja que a ideia de gerar conteúdo é muito
contemplada atualmente.
Enfim, vamos seguindo
com nossas aprendizagens.
Mas antes de concluir
(ou não concluir), gostaria de trazer a indicação da escrita acadêmica nas
redes, ou seja, nos espaços midiáticos. Para tanto, veja dicas sobre o curso
de metodologia e escrita científica promovido pela USP e conheça o Portal
de Periódicos da CAPES.
Agora é sua vez
de escrever seu hipertexto. Vamos lá!?
Referência
COSCARELLI, Viana Carla
(org). Novas tecnologias, novos textos,
novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
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