terça-feira, 11 de outubro de 2016

Origens e fundamentos do materialismo histórico dialético

Origens e fundamentos do materialismo histórico dialético – Revolução industrial, classe trabalhadora, são os fundamentos do materialismo)[1]

Cláudia Helena dos Santos Araújo[2]

A teoria histórico-cultural tem seu surgimento marcado pelo marxismo. O que torna relevante uma retomada histórica e filosófica.
A teoria marxista, observada em seus aspectos fundamentais, tais como a concepção materialista dialética da realidade, apresenta a visão de kark Marx (1818-1883), que teve sua obra determinada por fatos políticos, econômicos e históricos do contexto em que vivia. Esse momento, fortemente marcado pelo impulso desenvolvimento do capitalismo, é caracterizado por intensas mudanças na classe dos trabalhadores, que lutavam por transformações de cunho socialista. Essas reivindicações não eram favoráveis à burguesia, que sugeria transformações menos radicais. A partir desse contexto, a obra marxista se desenvolve, analisando o momento histórico, econômico, político e filosófico.
            A concepção marxista de homem remete a um ser que atua consciententemente sobre a natureza. É um homem que procura construir a si mesmo e satisfazer suas necessidades a partir da construção objetiva que realiza do mundo. Os homens se relacionam com a natureza, de onde se extrai os meios de produção e os objetos de trabalho, e se relacionam entre si, mediante as relações sociais de produção. Essa relação com a natureza se faz a partir do momento em que o homem extrai da mesma, os seus meios de produção e seu objeto de trabalho. Nessa conjuntura, o homem estabelece relações sociais com outros homens, criando a organização do trabalho. É o que chamamos de infra-estrutura. Conforme Rosa e Andriani afirmam

juntamente com esta infra-estrutura desenvolve-se um conjunto de idéias que a expressam e servem para a reprodução do sistema. Este conjunto de idéias corresponde à superestrutura da sociedade, isto é, sua instância política e ideológica” (2002, p.262).

            Desta maneira, entende-se que a infra-estrutura determina a superestrutura, ou seja, os homens são movidos pelas relações sociais, políticas e produtivas que estabelecem. Percebe-se o homem como produtor de bens materiais, de relações sociais, de conhecimento e de si mesmo.
É interessante afirmar que nessa perspectiva dialética, tem-se como base da sociedade, as condições materiais reais que preexistem. Conforme a concepção materialista dialética da realidade “os fenômenos são constituídos e transformados a partir de múltiplas determinações que lhe são constitutivas...Concebe-se a realidade como matéria, havendo primazia do Ser sobre o Pensar” (Kahhale, 2002, p. 264).
            Chegando ao ponto necessário de nossa visão da teoria histórico-cultural e da teoria da atividade, é pertinente compreender em que consiste o processo de produção do conhecimento. Conforme a concepção analisada, este deve partir do real, gerando um movimento de transformação dialética que tem como prioridade a transformação e emerge a partir do princípio da contradição. Desta maneira, a produção do conhecimento ocorre a partir do real. Assim, tem-se a dialética como método de produção do conhecimento. Para compreender melhor esta situação, observa-se o esquema construído:



            A psicologia sócio-histórica surge no início do século XX, na União Soviética. É uma vertente teórica da psicologia fundamentada na concepção materialista dialética, tendo como base de suas proposições o conhecimento do homem e sua subjetividade. Dentro dessa produção, destaca-se: Vygotsky (1896-1934), Luria (1902-1977), Leontiev (1903-1979), Davydov (1974).


[1] Material (rascunho) de apoio à aula na disciplina que engloba políticas educacionais e gestão escolar. Material não autorizado para divulgação, apenas para uso em aula.
[2] Professora e Pesquisadora no IFG Anápolis/GO.

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