terça-feira, 18 de agosto de 2020

Conversas com Clarice Lispector

 

Olá, Clarice!

Não ouso perguntar como está. Talvez hoje não seja um dia para isso. As visões singulares respondem por nós.

Sei que não está fácil. Veja que sempre falei a respeito da vida, cores e flores. Mas compreendo que as dores estão maiores. Mas ainda temos a vida. Pensei em pincelar com cores bem vibrantes, tipo aquarela, mas meus pincéis e minhas tintas estão fracos e granulados.

Sei que vamos seguir em frente. No seu ano de aniversário, vivemos assim. Não fique triste nem melancólica (sei que você ficava). Estamos brindando as forças bebendo de suas poesias e escritas. 
Hoje mesmo me embebedei de você. Suas falas na obra “O Tempo” me aconselharam a ser um “eu” que tiver de ser, mas acho isso complicado.

Se você estivesse aqui, provavelmente entenderia.

Tem dias que estou fleumática de manhã, melancólica à tarde e esperançosa à noite. Chega a ser engraçado, mas os sentimentos são infantis também. Essa é a melhor parte de mim, a capacidade de ver o mundo com os olhos de crianças. Também limitei meu espaço, o que me fez pensar: o que é o espaço?

Tentei vibrar o mundo pelos museus  virtuais. Estou tentando fazer dar certo, mas as lembranças dos lugares que fui me dizem que voltarei.

É isso!

Farei uma lista de onde estive, não mais de onde gostaria de ir. Voltarei em cada lugar, levarei uma rosa com gratidão pelo tempo em que lá desfrutei de uma alegria intensa.

Nossa conversa seria longa, mas minhas lentes à distância me chamam para o tão perto local em que estou.
Onde estou mesmo?
 
Até nosso próximo encontro!
Cláudia


3 comentários:

  1. Ah! Cláudia! Que deleite, que linda mensagem para Clarice!!! Vou fazer como você, só que diferente kkkk Farei uma lista de lugares que visitarei... Um beijo e sigamos sonhando... sempre...

    ResponderExcluir

Se não faz sentido, discorde comigo ou apenas deixe suas contribuições.
Obrigada!