Este
estudo tem como tema a construção do conhecimento não-formal no contexto
histórico e cultural da Cidade de Goiás e o objetivo geral é evidenciar a
relevância do envolvimento coletivo do ser humano para culminar na preservação
e promoção da identidade cultural vilaboense, pela contínua articulação de
experiências acumuladas, sob o enfoque não-formal. A partir da perspectiva
sócio-histórico-cultural, o processo de aprendizagem é construído através de
etapas de construção, desconstrução e reconstrução do conhecimento. E a
abordagem das relações entre o conhecimento e a educação pressupõe a análise
preliminar sobre o lugar do conhecimento no todo da existência humana. Nesse
âmbito, a função substantiva do conhecimento é intencionalizar a prática
mediadora dessa existência, por meio de uma intensa rede de relações sociais
formais, informais e não-formais, que tece universalmente a existência real do
indivíduo, em particular, num contexto tombado como Patrimônio Histórico e
Cultural da Humanidade. Nesse sentido, propôs-se edificar as abordagens
relativas à construção do conhecimento não-formal mediante a investigação do
patrimônio (i)material, considerado berço da cultura goiana. Foram realizadas,
como estratégias metodológicas, entrevistas com habitantes da cidade e
observações do universo do trabalho individual e coletivo, da sociedade e da
cultura vilaboense, no primeiro semestre de 2005. A escolha da Cidade de Goiás
como objeto de estudo envolve questões que norteiam o fato da ausência de
produções científicas relacionadas ao patrimônio intangível local, visto que a
representação do “saber” envolve relações sociais, históricas e culturais que
ocorrem por vias institucionais e organizacionais não-formalmente. As
abordagens teóricas foram arquitetadas em Arantes (1990), Afonso (1989), Becker
(1993), Chagas (2003), Cuche (2003), Fonseca (2003), José Luiz dos Santos
(1994), Leite e Ostetto (2005), Libâneo (2004), Park (2000, 2003), Sacristán
(1998), Sant’anna (2003), Santos (2003), Simson (2001), Sodré (1983) e UNESCO
(2004), que contribuíram para alicerçar as definições teórico-metodológicas e a
discussão sobre conhecimento não-formal, contexto e identidade
sócio-histórico-cultural e patrimônio e memória vilaboenses. A conclusão desse
estudo vem reafirmar as várias facetas do ensinar e do aprender, não somente
como resultado de um processo sistemático, mas como fruto das relações humanas
intangíveis naquele Patrimônio. O conhecimento tem suas bases sedimentadas na
experiência coletiva acumulada, que estrutura a cultura de uma sociedade.
Assim, o acúmulo, a reorganização e a sintetização dos valores humanos tem no
processo não-formal de ensino um grande suporte que garante, pela
contextualização do objeto do saber, o sustentáculo das articulações do
envolvimento coletivo humano no cenário da antiga Vila Boa.
Cláudia Helena dos Santos
Grazielle Aparecida de Oliveira Ferreira
Margarida do Amaral Silva
Observação: Trata-se de um resumo expandido de uma pesquisa realizada em meados de 2005 (vou confirmar a data). O artigo completo encontra-se com as autoras. O mesmo foi apresentado na Reunião da Associação Brasileira de Antropologia.
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