segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A Reforma proposta pela Secretaria Estadual de Educação em Goiás

Repassando.
Ana Lúcia da Silva. Coordenadora do CCEC

Gostaria de compartilhar algumas reflexões...

Fazendo algumas contas simples, que segundo a minha avó, os governantes não devem ter feito nunca:

Sou professora de Educação Física na Rede Estadual de Educação de Goiás e tinha 2 aulas semanais em cada turma. Para ter uma carga horária de 40 horas semanais (28 aulas + planejamento) eu precisava ter 14 turmas (14 diários e 14 turmas x 40 alunos x 4 bimestres de provas para corrigir por ano). Com todas as novas mudanças propostas e implantadas pelo governo de MARCONI PERILLO e seu secretário de educação THIAGO PEIXOTO, para continuar com o mesmo salário(pois receberei o piso e perderei minha gratificação por titularidade) terei que ter 28 turmas, já que com a nova matriz curricular, a educação física passa a ter 1 aula semanal. Outra mudança é que a partir do próximo ano, os alunos devem ser avaliados com 3 instrumentos por bimestre, obrigatoriamente com o mesmo peso (serão três notas valendo de 0 a 10 que resultarão na média do aluno). Tudo isso significa que terei 28 turmas x 40 alunos por turma x 3 provas por bimestre x 4 bimestres, ou seja: 13.440 provas por ano.

Se dividirmos essa quantidade de provas por 365 dias do ano, terei que corrigir 36,8 provas por dia, inclusive nos feriados, finais de semana, férias, aniversários, natal e etc...

Mas caso eu queira trabalhar apenas nos 210 dias letivos, terei que corrigir então 64 provas por dia!!!

AH!!! FORA AS PROVAS SUBSTITUTIVAS QUE OS ALUNOS TERÃO DIREITO CASO NÃO ALCANCEM NOTA 5 EM CADA INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO!!!

Me respondam em que horário eu planejarei minhas aulas, em que horário dormirei, comerei, namorarei, viverei???

Isso é vida?? E ainda dizem que os professores são "folgados" e marcaram a última prova pro dia 8 de dezembro pra ficarem à toa nos últimos dias letivos... Agora na reta final, estamos fazendo conselho de classe e tentando "salvar a vida" dos alunos que não fizeram nada durante todo o ano, já que agora não podemos sequer reprovar alunos.

É ou não é pra ficar indignada???

BRASIL um país de poucos!!!

2 comentários:

  1. Parabéns pela sua iniciativa e coragem de expor sua realidade. Marconi e Tiago Peixoto estão fora da nossa realidade, nunca vivenciaram a ação, o trabalho, o desgaste de um professor. Sou professora de Ensino Religioso, disciplina que ajuda a resgatar valores perdidos no tempo pela família que vem afetando o ser de cada aluno. Agora resolveram retirar o Ensino Religioso de 1º ano de Ensino Médio, certamente vão tirar dos outros, pois não sabem e desconhecem o valor desta disciolina. Palmeiras de Goiás, "terra do governador" está indignidada com este homem que diz honrar o professor. Estamos aderindo à greve e mostrando á ele que não somos bonecos para agradar seu espetáculo e que as eleiçoes vem aí. Queremos um salário "DIGNO" como ser humano. Logo faremos aqui grandes manifestações. Desejo que a coragem de vocês permaneça, agora é o momento da classe massacrada se unir e fazer valer o nosso direito de EDUCADORES, só assim seremos respeitados.

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    1. Infelizmente no nosso país educação virou política,e os nossos políticos não entendem de educação,aliás, não têm noção do que é educação.Se todos, eu digo todos mesmo os professores parassem, aí eles iriam valorizar a profissão no Brasil.O que os governos querem são números, metas a serem cumpridas,devido as verbas que entram,eles só pensam nisso "temos que cumprir metas" senão não receberemos as verbas

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