Ontem (14/09/11), no Doutorado em Educação da PUC-Goiás, na disciplina "Educação e questões contemporâneas", a Profa. Dra. Glacy Rouge promoveu uma mesa redonda sobre CULTURAS JUVENIS...
Foram convidados o Prof. Aldimar Jacinto Duarte e Cláudia Valente.
O Prof. Aldimar explicou que a sua preocupação reside em quem são os jovens da periferia. Explicou que as culturas juvenis são caracterizadas pela sua diversidade. Dentre da periferia, eles têm característiccas próprias, sua forma de se relacionar é diferente da hegemônica, ou seja, classe média.
O que dá característica para os jovens da periferia.
Buscou compreender em seus estudos como se pode perceber a relação dos jovens na periferia.
As instituições, principalmente, a escola e alguns segmentos religiosos, não trabalham o que ela proporciona enquanto conflito, mas tentam adaptar ao modus operandi dessas instituições. Nas instituições religiosos até as letras do hap se modificam.
Esses jovens tem a tendência a suportar menos a escola. Alguns desses jovens do Breakrs falam que o ritual da escola serve para ela mesma. Uma outra jovem diz que a escola acha que ela é a única dona da cultura. Os jovens do Breakrs vão formulando suas ideias e se distanciando da cultura da escola e a escola não consegue ligar com a cultura desses jovens.
O que se conclui é que a escola está muito distante dessa discussão. A escola ao olhar para esses jovens continuam olhando a partir de esteriótipos.
Já a Profa. Cláudia Valente discute a presença dos jovens nas lan houses. Foi assim que iniciou seu processo de curiosidade científica que desencadeou em sua pesquisa de mestrado.
Segundo ela, os jovens da EJA também frequentam lan houses.
Os jovens que investigou são jovens de Goiânia da Região Leste e do Jardim Novo Mundo em função do esteriótipo, ser um lugar de violência e tráfico de drogas. Na Internet, as redes sociais estão reproduzindo as relações subjetivas sociais. Ou seja, eles frequentam orkut enquanto a classe média migrou para outras redes como o facebook.
A Cláudia não foi aceita nas comunidades no orkut – ou seja, também um sinal de estereótipo.
Teve a ajuda de jovem para conseguir comunicar com os outros jovens e fazer uma ponte para sua pesquisa.
Percebeu que os jovens de periferia ou que vivem em espaços excludentes buscam os próprios meios de socialização. A comunidade virtual é uma potencialização do encontro dos jovens face-a-face. Utilizam as redes sociais como espaço estratégico para o espaço urbano. Não há separação entre o espaço virtual e o espaço urbano.
Uma característica marcante é que os jovens param de estudar para trabalhar. E o trabalho é uma forma de sobrevivência.
Os fóruns de discussão é o espaço onde eles colocam suas preocupações sobre o bairro, principalmente, relatam sobre a ação dos policiais na região. Cláudia percebe que isso é uma estratégia de estado estereotipado de violência. As jovens quando utilizam as redes sociais apropriam de maneira diferente dos jovens. Elas utilizam para comunicação entre suas amigas, postar fotos, entre outros.
Os sites de relacionamento são proibidos na escola. Nos laboratórios eles são fechados nem para pesquisa, nem para outras finalidades, muito menos redes sociais.
A Profa. Glacy explicou que estamos assistindo ao desenvolvimento de uma lógica da rede e da importância da imagem para composição da lógica tribal.
O nós que pode me sustentar é o nós que é igual. Porque o outro tem quer se igual a mim.
Isso varia no espaço!
Nos momentos abertos para discussão foram colocados que a rua, a praça é o espaço legítimo de segurança dos jovens da periferia.
Na rua, entretanto, vive com a violência da polícia. O argumento da polícia é que eles representam, o tempo todo, uma ameaça. Levá-lo para dentro de uma instituição e discipliná-lo, apaziguá-lo é a forma que acham de "disciplina". Nossa disciplina é eminentemente militar e religiosa.
Aldimar ressalta que a escola é o espaço de manifestação desses jovens, ou seja, deve-se participar de sua cultura.
Olá Cláudia, em estado de saudade da turma e das aulas do doutorado do I semestre, li com curiosidade o seu relato sobre a mesa "Culturas Juvenis". Debate contemporâneo e necessário neste tempo de outras juventudes que traz para a grande maioria dos professores e pais muita saudade de uma juventude que nunca existiu. O "calcanhar de Aquiles" se fez presente quando trouxe para a mesa as juventudades da periferia. Tão esquecidas como pessoas que querem a escuta! Temos muito que aprender e a ressignificar sobre esse público. Parabéns pela possibildade de informar a travessia que se faz nos estudos de qualificação. Abs. Maria do Carmo
ResponderExcluirNossa Maria do Carmo, quantas saudades de você!
ResponderExcluirDesejo que esteja tudo bem.
Que bom receber sua visita aqui no nosso espaço e fico mais feliz ainda por ter a oportunidade de compartilhar um pouco dos momentos de aprendizagem no Doutorado.
Realmente, é necessário pensar nos nossos jovens e (re)significar a escola diante de suas culturas. Eles querem a escuta!
Sempre que possível vou deixar aqui nossos momentos.
Espero poder vê-la logo e dar-lhe um abraço pessoalmente.
Abraços com saudades,
Cláudia Helena