terça-feira, 2 de agosto de 2011

O exercício da cidadania configura perseguição aos professores do NTE Anápolis

Recebi em meu email a carta que fora enviada ao Exmo. Sr. Thiago Peixoto, Secretário da Educação do Estado de Goiás. Penso que já é do conhecimento de muitas pessoas os acontecimentos acerca das eleições para a escolha do próximo gestor do Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) de Anápolis/GO.

Ainda assim, publico, na íntegra a Carta intitulada "O exercício da cidadania configura perseguição aos professores do NTE Anápolis". Essa carta foi enviada no dia seis de julho de 2011 e é de autoria dos professores: 
Christiane Ribeiro de Andrade

Ivoneide Maria de Almeida

Izildinha Aparecida Almeida Porto

Josáfat Batista Pina

Katherine Nascimento Seixas

Marília Soares Pereira Nunes

Rossani Duarte Afonso Teixeira

Sizeny Narciso de Moraes

Vânia Cléria Norberto Pinheiro

Vilma Barbosa

Ressalta-se que esses professores formadores colocados à disposição  no dia 1º de julho de 2011.

Leiam a carta abaixo e vamos juntos tentar lutar por uma educação pública de qualidade, porém justa para alunos e professores.


Anápolis, 06 de julho de 2011.


O exercício da cidadania configura perseguição aos professores do NTE Anápolis

Excelentíssimo Sr. Thiago Peixoto, Secretário da Educação do Estado de Goiás,

Queremos parabenizar o Governo do Estado pelo espírito democrático, que proporciona à comunidade escolar a escolha de seus dirigentes, bem como pela coroação do mérito, com a implantação de processo seletivo para cargos da administração.

Exemplo maior desse espírito democrático que vivenciamos na atual gestão é a nomeação de Vª. Exc.ª para o cargo de secretário da Educação. Mesmo sendo de outro partido, o governador Marconi Perillo convidou Vª. Exc.ª pela competência e comprometimento com a educação de qualidade.

Concordamos que a educação para a cidadania forma o cidadão participativo, democrático e solidário, consciente de seus deveres e direitos. O processo de escolha dos gestores das unidades escolares por meio de eleições diretas é um bom exemplo de fortalecimento da democracia. Se a educação que defendemos é aquela que contribui para a democracia, a escola deve começar por ela mesma, se organizando como campo de relações democráticas que antecipem uma ordem social, coletiva, participativa, igualitária, comprometida com a construção de uma sociedade mais justa.

Tivemos a oportunidade de realizar, no dia 28 de junho, as eleições para a escolha do próximo gestor do Núcleo de Tecnologia Educacional de Anápolis, momento histórico, pois, pela primeira vez, a comunidade desta unidade de ensino pôde escolher seu gestor. Mas, infelizmente, não houve igualdade de direitos aos candidatos ao cargo.

A partir do momento em que as candidaturas foram lançadas, a gestora/candidata, senhora Palmira Bernardino Oliveira Pereira, determinou que não fossem abertas novas turmas de cursos, mas a mesma transgrediu as normas abrindo novas turmas em nome de professores formadores simpatizantes com a sua candidatura. Outros professores que pretendiam ministrar novos cursos foram proibidos, o que gerou vantagens para a gestora/candidata, insatisfação dos professores e perseguições aos mesmos.

A gestora/candidata usou do poder de gestão para manipular todo o processo eleitoral. Com a máquina a seu favor (carro oficial, telefone, poder administrativo sobre recursos humanos e materiais) pôde participar, juntamente com o seu grupo gestor, da construção da lista dos professores cursistas votantes. Dessa forma, houve exclusão de cursistas de turmas de professores aliados à candidata da oposição, professora Christiane Ribeiro de Andrade. O número de professores cursistas que ficaram fora do processo, no total de 55, chega a comprometer o resultado final. Além disso, foram aceitos votos por e-mail de cursistas de três municípios, o que configura fraude, uma vez que os votos deixaram de ser secretos. Somente esses votos (onze no total) fizeram a diferença, concedendo vitória à candidata/gestora.

Durante o processo eleitoral, a candidata da oposição e funcionários coagidos fizeram denúncias à Comissão Eleitoral Local, que repassou à Regional, contudo, não obtiveram respaldo.

Mesmo com inúmeras ilegalidades as eleições foram realizadas. A apuração dos votos demonstrou a insatisfação dos servidores com a gestora/candidata (a oposição obteve 53,03% dos votos desse segmento). Mesmo assim, como teve maioria no segmento dos alunos/cursistas, a candidata/gestora sagrou-se vitoriosa, com 2,26% de vantagem.

Após a apuração houve perseguição aos professores formadores que apoiaram a candidata da oposição. Esses foram colocados verbalmente à disposição da Subsecretaria Regional de Educação. A justificativa é que esses professores são excedentes do quadro. Contudo, há uma portaria da Subsecretaria com diretrizes que regulamentam o processo de enxugamento do quadro. Os critérios são: tempo na unidade escolar, tempo de serviço e maior idade.

Diante das situações descritas acima, percebe-se claramente que os cortes confirmam perseguição política, uma vez que os dez professores da lista foram: a candidata da oposição, seus aliados e componentes da Comissão Eleitoral Local. Todos os professores acima citados possuem especialização em Tecnologia em Educação, curso oferecido pelo Governo, o que comprova investimento na formação desses profissionais que se sentem satisfeitos no exercício de suas atribuições.

Como pode perceber senhor Secretário, todos os relatos deixam claro que fomos vítimas de fraude, ilegalidade e o mais grave, perseguição profissional, uma vez que fomos forçados a nos dirigir a Subsecretaria Regional de Ensino, no departamento Módulo para nova modulação, mas como as denúncias contra a gestora/candidata/eleita estavam sendo analisadas pelas Comissões Local e Regional, decidimos aguardar o parecer final, o qual decidiu pela anulação da eleição.

A eleição foi anulada pela Comissão Eleitoral Regional, mas a gestora Palmira continua no poder, atuando com perseguição aos funcionários, conforme já denunciamos. Gostaríamos que este caso fosse analisado com seriedade e a gestora fosse afastada para que haja equidade de direitos de cidadania, e a democracia seja realmente efetivada e esteja presente na educação do nosso Estado.

Despedimo-nos com muita tristeza e indignação pela injustiça da qual estamos sendo vítimas e contamos com a intervenção séria de Vª. Exc.ª. que, com certeza, irá tomar as providências cabíveis a fim de restaurar a normalidade do trabalho realizado no NTE – Anápolis, garantindo também um processo de escolha de diretor do Núcleo de Tecnologia Educacional de Anápolis com transparência e lisura.



Respeitosamente,



Christiane Ribeiro de Andrade

Ivoneide Maria de Almeida

Izildinha Aparecida Almeida Porto

Josáfat Batista Pina

Katherine Nascimento Seixas

Marília Soares Pereira Nunes

Rossani Duarte Afonso Teixeira

Sizeny Narciso de Moraes

Vânia Cléria Norberto Pinheiro

Vilma Barbosa

 (professores formadores colocados à disposição  no dia 1º de julho de 2011)





11 comentários:

  1. chris se fosse somente isso, agora estamos tra balhando todos acuados sem direito a nos manifesta sobre o novo pleito elitoral.E agora as 17:00 a nossa dignissima diretora colocou 05 professores formadores a disposição sem fala com alguns, e o pior remanejou dois administrativos para o cargo de professor formador,sem que esses nunca tenham dado aula nos laboratorios,sem observa os criterios exigidos pela nossa coordenação voltamos ao tempo do corolenismo,aonde está a democracia que tanto pregamos aos nosso?.Será que ninguém vai tomar providencia a esse respeito já fomos a subsecretaria, a secretaria de educação ao Nued e ninguém faz nada quanto os desmando desta diretora que até processo por assedio moral sofre.

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  2. Fico indignada com a continuidade da prática de politicagem que tanto execramos! Meu apoio vai aos professores que democraticamente participaram da eleição e hoje encontram-se afastados das atividades às quais foram dignamente formados.

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  3. Boa noite pessoal, quero aqui manifestar MINHA INDIGNAÇÃO COM TAL ATO QUE DESMORALIZA A EDUCAÇÃO. Espero sinceramente que atitudes sejam tomadas contra essa diretora que certamente não acompanhou a evolução da sociedade. E que estes profissionais da educação que foram injustiçados que eles possam continuar no NTE que é o local de atuação dos mesmos. Parabéns pela coragem de vocês.

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  4. Mui estimados Professores e Professoras Formadoras, colocados à disposição,


    sou Professora que atuei em instâncias municipal e estadual, e atualmente possuo vinculo com a Universidade Federal de Goiás.

    Ao ler as palavras expostas na carta supracitada, minha situação é de total indignação, pois além de já ter vivenciado experiência semelhante, entendo perfeitamente a possibilidade de ocorrência de atrocidades desta natureza na cidade de Anápolis (que ainda assim amo, estimo e defendo).

    De início, há de se colocar que, o que mais me assusta e/ou irrita, é o fato de que a Sra. Subsecretária de Anápolis - que inclusive já foi minha professora na Uniana (no momento de transição para UEG) - tinha naquele momento uma percepção extremamente outra para o tratamento de situações de manipulação política e abuso de autoridade. Como as coisas mudaram, então...

    Portanto, venho aqui expressar que divulgarei esta situação a todas as instâncias estaduais, nacionais e internacionais que possui acesso. É necessário que este caso seja apreciado com a delicadeza das situações extremamente expressivas no sentido da retomada de medidas de constrangimento, "militarismo contemporâneo", política de coronelismo e demais analogias para a gravidade do caso.

    Ocorre que isso não é uma loteria, um jogo de bicho ou um bingo. Isso é a realidade e deve ser tratada como tal. Trata-se da vida e do futuro de cidadãos e cidadãs comprometidos com a minha, a nossa Anápolis.

    Deixo, no entanto, o alerta de que a voz que não se cala, não se dissimula e, sobretudo, não acata o consenso sem questioná-lo ou refleti-lo, esta sempre será a voz refutada e repudiada por pessoas frágeis de debates, ideias, projeção e prestígio ideológico, propostas e ideais.

    Estou ao lado de vocês, colegas admiráveis, professores notáveis e nobres pensantes de nossa querida e tão jovem Anápolis. O legado dos que pensam e ativam o dissenso como forma de avanço, jamais, jamais será negado ou anulado. Ninguém nega a história escrita pelas mãos do justo ou do atroz.

    Força amigos e amigas.

    Estou por aqui com nada para oferecer em termos partidários, e com algo para acrescentar em termos ideológicos, morais, éticos e políticos.

    Busquemos a justiça, a democracia, a isonomia, a equidade e, acima de tudo, a apreciação de situações que compactuam com a injustiça e abuso.

    Leiam, A LIBERDADE DO MEDO, discursada por Nelson Mandela em sua posse, no ano de 1994.

    "Nosso maior medo não é de sermos inadequados. Nosso maior medo é que nós somos poderosos além do que podemos imaginar. É nossa luz, não nossa escuridão que mais nos assusta. Nós nos perguntamos: 'Quem sou eu para ser brilhante, lindo, talentoso, fabuloso?'. Na verdade, quem é você para não ser? Você é um filho de Deus. Você pensando pequeno não ajuda o mundo. Não há nenhuma bondade em você se diminuir, recuar para que outros não se sintam inseguros ao seu redor. Todos nós fomos feitos pra brilhar, como as crianças brilham. Nós nascemos para manifestar a glória de Deus dentro de nós. Não é somente em alguns de nós; mas, em todos nós. E enquanto nós permitimos que nossa própria luz brilhe, nós inconscientemente damos permissão a outros para fazer o mesmo. Portanto, quando nós nos libertamos do nosso próprio medo, nossa presença automaticamente aos outros libertará".

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  5. Só para constar, em outro momento que essa gestora foi diretora do NTE, foram colocados a disposição 22 professores formadores. Alguns escurraçados... dessa feita, acredito que ela achou que seria da mesma maneira... só é que uma outra situação, esta é, de fato, a REVOLUÇÃO DOS MANÉS, como ela nos intitulou em uma reunião pública.

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  6. Sinceramente...um absurdo. Esta pessoa já prejudicou e perseguiu vários professores que trabalharam no NTE em outra gestão. Os acontecimentos foram tão constrangedores que alguns entraram em depressão. Na primeira gestão dela ,por indicação, não tínhamos como lutar, agora sim, é a hora. Estamos com vcs!!!!!

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  7. O que o desespero faz, sala de aula não é tão ruim assim, acostumados com mamata.....E a falta de ética de ligar nas unidades escolares e denegrir a imagem da candidata que vocês dizem dirigir o nte com mãos de ferro, enviar e-mails, mensagens de celular...É este grupo que vem falar de educação????? O pior é que tem gente que compactua com tudo isso.....

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  8. Neste blog os comentários só são aceitos o que comentam a favor do grupo???????????????????Onde está a tão falada democracia defendida por eles???? (grupo????

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  9. Seu comentário estará visível depois de ser aprovado.

    Aprovado pelo grupo de ruaceiros????Baderneiros????Sinto muito, mas é o que eles tem feito desde o início do semestre passado???? Denigrindo imagem de pessoas que fazem um trabalho sério?? A partir do momento que a gestora tomou providencias justas para o bom funcionamento do nte, questionando as espertezas de pessoas que fazem parte deste grupo???Ah!!! foi a partir dai que gente boa tomou raiva, trabalhar pra que?...Se tem gente com salários ganhos pelo BB sem prestar serviço...Isso não vai para o jornal não.........

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  10. Quanta sabedoria e conhecimento emanam do depoimento da professora Margarida, que denota ser uma pessoa culta, estudiosa, bem informada, e que apesar de jovem, conhece, pelo estudo da história, os desmandos e a patrulha ideológica que os intelectuais sofreram na época da ditadura militar, no Brasil.
    Cito suas palavras para replicar alguns depoimentos: "o alerta de que a voz que não se cala, não se dissimula e, sobretudo, não acata o consenso sem questioná-lo ou refleti-lo, esta sempre será a voz refutada e repudiada por pessoas frágeis de debates, ideias, projeção e prestígio ideológico, propostas e ideais".
    Os professores que pensam, que trabalham hoestamente, que têm seu valor reconhecido por seus cursistas ou autoridades, e que não se vendem por promessas eleitoreiras de cargos, bolsas, ou vantagens ilícitas, são consideradas "ruaceiros" (a palavra correta é: arruaceiro, só para informar). Certamente tais comentários são de simpatizantes da atual gestora, que se escondem atrás de falsas denúncias contra seus próprios colegas. Pessoas essas que se esqueceram muito depressa, do convívio pré-existente, de anos de colaboração e trabalho, visando vantagens pecuniárias, mentem, caluniam, e coagem para se manter nos cargos. Se tem gente que não presta serviço, com certeza não somos nós, a verdade é que fomos afastados dos cursos do Proinfo desde o dia em que foram anunciadas as eleições no NTE, fatos comprovados por documentação constante do processo que culminou com a anulação da eleição.
    Telefonar, mandar email, que eu saiba não é proibido, nem ilegal, está previsto na Constituição Federal o direito à liberdade de expressão, ninguém é obrigado a apoiar qualquer candidato, mas é assegurado o direito de divulgar a campanha de quem lhe aprouver. Apenas as pessoas que fizeram alguma manifestação a favor da candidata Christiane são considerados "baderneiras", e aquelas que para favorecer a a atual gestora, criaram cursos com pessoas que já haviam feito o referido curso, ou com turmas que não têm sequer uma tarefa feita no ambiente, ou comentário nos Fóruns? Denunciar atitudes ilegais é considerado baderna? Me desculpem, mas isso é buscar a legitimidade, a lisura e o respeito aos princípios democráticos, conceitos que acredito vocês devem desconhecer. Nenhum de nós tem medo de sala de aula, muito pelo contrário, todos somos professores e atuamos com competência nos cursos oferecidos pelo NTE e em estabelecimentos de outras redes. O que está ocorrendo é o contrário, lutamos pelo nosso direito de trabalhar para aquilo que fomos preparados: O Uso Pedagógico das Tecnologias na Sala de Aula. Nenhum de nós fica no NTE passando tempo, jogando Fazendinha ou fazendo palavras cruzadas no computador, no horário do expediente, muito menos vendendo monografias para estudantes universitários.
    Há que se reavaliar o conceito do que é justo!!!

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