A prática de educação quer dizer ao educador que ele precisa, diante dos discursos de crianças e jovens, buscar produzir novos sentidos, para então a partir de todo o estranhamento que tais discursos causam, levar o acontecimento à uma experiência, ou seja, a algo que nos acontece.
Isso conduz à uma passagem pela memória, pelas tradições e pelas escritas. Em tempos de sociedade em rede (CASTELLS, 2005), às vezes ocorre a nítida impressão que nossas escolas estão em um território, e os jovens “estão em outra” como afirma Babin e Kouloumdjian (1989, p.7), estão em outro território. É necessário criar vínculos entre a escola, os jovens e a era virtual bem como adequar o currículo escolar para estabelecer uma ligação entre a educação e a comunicação da escola, entre a educação e a comunicação do mundo virtual da Internet e mídias.
Quando se fala em mídias, ressalta-se uma cena no filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, dirigido por Peter Weir, em que o professor começa a rasgar a página de um livro e diz aos seus alunos para fazerem o mesmo. A princípio, essa cena pode causar estranhamento aos educadores, entretanto, é esse estranhamento que leva à produção de novos sentidos, à construção de novos significados, à preservação da memória e das tradições arraigadas no seio de nossa cultura.
As redes sociais, em particular, o Orkut e o Facebook, no início (ou até hoje), causaram esse estranhamento. A escola, espaço da educação formal, até mesmo sentiu-se ofendida com as transgressões dos jovens no espaço da Internet. O que não se permitia na escola, se concretizava nas mídias, surgindo comunidades no Orkut como “Eu odeio meu professor”; “Escola ou Presídio”; “Eu amo minha escola”, entre outras.
Esse estranhamento à escrita dos alunos nas mídias pode levar o educador à dimensão do desejo, ou seja, o desejo de avançar nas singularidades dos alunos em sua construção do conhecimento durante o ato educativo. Isso pode significar a possibilidade do educador se surpreender e produzir o estranhamento sobre os objetos, possibilitando a criação/construção de conhecimentos de seus alunos.
Por Cláudia Helena dos Santos Araújo
Penso que o Discurso Educacional deve ser melhorado no Brasil. O que move as pessoas? O que acende a chama que cada um tem dentro de si? Tentando responder a essas perguntas, tenho estudado discursos e ações como os de Jesus Cristo, desde os 17 anos de idade, para entender como esses discursos e essas ações mudaram a História.
ResponderExcluirTento fazer intercessões desses discursos com a área da educação. Não sei se estou no caminho certo, mas creio que o discurso deve ser libertador, assim como a prática que acompanha esse discurso.
E é isso que mais nos falta: uma ação reflexiva sólida em Educação.
André...
ResponderExcluirAcho que o discurso que precisa ser (re)construído no Brasil e que você ressalta é o da práxis para a emancipação, para a libertação, ou seja, seria os postulados de Paulo Freire.
Realmente o discurso educacional no Brasil deve ser (re)pensado. Vivemos de muitas falas e poucas ações e muitas das teorias pedagógicas não conseguem explicar que particularidades temos hoje no ensino e na aprendizagem. Aliás, comecemos pela Academia que não inicia suas pesquisas e nem as desenvolve pensando na ponta, ou seja, no principal, que é a escola.
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Cláudia Helena