domingo, 20 de março de 2011

Reflexão sobre a vida conforme Bachelard e Foucault

Estou fadigada e intelectualmente "desgastada" pelo fato de viver em prol das relações humanas. É claro dizer que não somos seres únicos e sozinhos, mas nos dedicamos mais à compreensão dos sentimentos dos outros que necessariamente à nos compreender. Isso seria viver também a nível de intelecto: cultivar relações humanas, mas a partir de uma rede de intensidade sem centro, ou talvez, com início ou término em você mesmo. Se início ou término, não sei explicar.

O que esse texto sugere é que para viver e viver com confrontos possíveis de se lutar é que primeiro deve-se perceber a sua própria história de internalidade e externalidade. Tudo isso à medida que sofre com as relações intituladas "humanas".

Somos seres presos em nossas próprias convenções, o que também poderiam ser chamadas de critérios de verdade. São verdades construídas, fabricadas, conforme as realidades em que nos inserimos. E sobre verdade não falo a partir de senso comum, mas com a anuência de Bachelard que consegue fazer uma diferença entre vida intelectual e vida civil. A vida civil seria comparada à vida monástica, vida mundana (isso é fala do senso comum). Não sei como ele consegue distinguir pois se pensarmos em nós como sujeitos, sempre em busca da relação com o conhecimento, seremos levados à um caminho onde o subjetivo influi diretamente no objetivo, e, de forma desastrosa, por meio das relações humanas, gerando o que ele (Bachelard) chama de "obstáculo epistemológico".

Não tenho a pretensão de contradizer as ideias de Bachelard, mas de trazer seus elementos para o cotidiano de nossa própria grande invenção, a NOSSA enquanto SUJEITOS e utilizar esses elementos para recomeçar, para estar disposto a mudar a partir de novas verdades fabricadas, mas com novos critérios.

?

São palavras e reflexões, ou o inverso, ainda em formação, ainda em estudo, ainda em luta por sentimentos contraditórios, mas tentando fugir do que Foucault chama de "marxismo acadêmico" que marcou o tradicional pensamento filosófico ocidental.


Por Cláudia Helena dos Santos Araújo
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