Apesar de ser fã de Drummond, discordo por razões diversas:
1) Não se fatia o tempo, ele é ontológico.
2) Genial é aquele que fatiou o tempo? Não, genial é quem sabe que o tempo é por inteiro.
3) Motivar o consumo: "industrializou a esperança". Ou seja, fatiou em datas repletas de presentes. Felicidade para o comércio. Tristeza para quem não tem como presentear ou mesmo "comer".
O limite de exaustão são lojistas e comerciantes desesperados pelas vendas e não prejuízo. O limite de exaustão de todos que precisam comprar uma lembrança e a fatia do tempo não existe para eles.
4) Quem disse que o ser humano precisa de 12 meses para se cansar? Há evidências científicas? Pode ser o tempo que for. Lógico, sem fatias, por favor.
5) Qual seria o outro número? Precisamos descobrir? O milagre da renovação começa dentro de nós mesmos e não em números. Uma dose de humor: se ele pensou na industrialização da esperança, talvez, fizesse menção a Mega-Sena.
6) Tudo pode ser diferente! Mas não pelo tempo fatiado, industrializado, vendido ou pela esperança de números. Mas pelo desejo de aprender, acreditar, viver o tempo, ter esperança no que deseja.
Nada contra o grande poeta. Sou fã! Mas nesse poema, devo dizer que não concordo.
Prefiro um tempo contínuo.
O amanhã só existe enquanto continuidade do hoje.
Presente, passado e futuro são tempos verbais, mas incrivelmente capazes de velar o hoje por conta do amanhã tão esperado.
Felizes tempos!
Feliz continuidade da vida através dos tempos.
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