Caros amigos e amigas bloggers,
o que venho fazer nesse momento é um DESABAFO.
Talvez não entendam nada, mas basta lerem nas entrelinhas e refletirem sobre questões como censura, medo e democratização.
É assim que sinto e traduzo nessas três palavras-chave e sintetiza na seguinte frase:
"O medo da democratização traz o ato da censura".
É mais fácil censurar e passar a falsa idéia de participação e coletividade que deixar a "voz" fluir verdadeiramente. Isso é perigoso aos olhos de quem tem o MEDO.
Termino meu desabafo deixando a seguinte questão: É POSSÍVEL CRIAR LIMITES NO MUNDO DIGITAL, TENDO EM VISTA QUE A INTERNET É MULTITERRITORIALIZA?
Tomara que não tenhamos que viver uma ditadura interna em nosso dia a dia.
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ResponderExcluirPrezada Cláudia,
ResponderExcluirli seu "desabafo" e gostaria de deixar registrados comentários demasiados a respeito do assunto. Porém, pelo limite de espaço e foco, neste ambiente, opto por me centrar, incialmente, nos termos "democracia" e "sensura", em particular, porque o mundo digital é inclusive o meu canal de expressão aqui.
O que ocorre, de fato, é que a idéia de democracia e sensura, no contexto contemporâneo, negligencia que, para cada contexto sociocultural, esta assume uma faceta extremamente especifica e, na maioria das vezes, ainda mais "transgressora" do que a própria idéia de infração (OBs.: entenda-se o vocábulo "trangressor" como aquilo que é infrator ou que não cumpre o seu fim expresso de legalidade e moralidade).
Verdadeiramente, vivemos tempos de novas formas de coerção. A "palavra" em si é coersitiva e, pela pluralidade cultural das gentes, faz-se extremamente multidimensional. Portanto, limites e infinitudes são dimensões as quais seria uma ingenuidade se pensar em ponderá-las e aprisioná-las em suportes concretos de concepção. Há de se pensar que nem mesmo os sentidos do mundo, que são complexos, suportam o enraizamento e/ou a cristalização.
Vive-se, e qualquer ser "racional" sabe que se vive, em um contexto cíclico e dinâmico, no qual a maior parte do conjunto é visto como laico, frouxo ou "remediado" para se manter "vivo" por um tempo da suposta pós-modernidade. A internet, como anjo ou demônio da humanidade, lança suas asas sobre os sentidos que julgávamos acabados e afixados nos espaços-tempos.
Assim, até mesmo a ditadura imposta por seres - vivos (humanos ou digitais) - pressupõe um fim e, por outros personagens e novas mãos, acaba se lançando a um novo começo.
Não vos acostumeis com o hoje, caros amigos, pois sei que, como o meu tempo, o seu é curto e precisa de plasticidade para sobreviver às sociedades da amnésia social e das diferentes contingências culturais, políticas, econômicas etc.
Portanto, internet, ditatura, sensura, democracia, e quaisquer outros conceitos agregados a estes, merecem o que lhes cabe: mentes sãs que saibam discuti-los! E, se há medo disso, é porque não há nem mentes e nem sanidade capaz de abarcar a lei de causa e feito que se processa pela dialética (que grande pena, então!).
Registro ainda que, nem mesmo a pseudo-ciencia parte de "achismos" e "particularidades". Há livros impressos e digitais: apelemos a tais personagens para o trabalho de pensar, julgar, conceber, e administrar (principalmente). Trata-se de outros tempos e, por consequência, de novos posicionamentos, de outros sujeitos que exigem o uso de outras ferramentas que fomentem o falar e o se calar...
Novamente, apelemos aos bons livros, para que por eles entendamos que estamos imersos em campos de meias-verdades, na qual o medo só fomenta novas formas de conceber e processar acontecimentos, dados, ações.
Bem-vindos(as) ao meu mundo, no qual falo e me calo somente após atingido o consenso (que geralmente é inatingível no âmbitos da construção salutar do conhecimentos).
Concordo com Oscar Wilde, quando diz que "somente a expressão é que dá realidade às coisas". Assim, entende-se que aonde reside a expressão, é ingenuidade achar que se haverá fronteiras e coerção unilateral.
Att.
Profª. Margarida do Amaral Silva